Ceci n´est pas une croix: regards contre-intuitifs sur le Mont-Royal.
Resumo
Recentemente, o chefe do Partido quebequense André Boisclair foi admoestado por ter sugerido que era necessário retirar a cruz fixada há muito tempo na parede da Assembléia Nacional em Quebec. Enquanto o Sr. Boisclair justificava sua posição em virtude do caráter multicultural do Québec contemporâneo e da necessária laicidade do Estado, seus adversários lhe retorquiram que a cruz deveria permanecer lá, pois ela é testemunha das origens históricas e religiosas da sociedade quebequense. Serviria desse modo para lembrar os valores fundamentais da sociedade de acolhida dos recém-chegados. Em nossa comunicação, propomos examinar como uma outra cruz, - a do cume do Mont-Royal – se vê apropriada desde sua ereção em 1924 de maneiras freqüentemente surpreendentes, até mesmo inesperadas, na literatura e no cinema de múltiplas expressões lingüísticas, dentre as quais o francês, o inglês, o yiddish e o árabe. O valor simbólico da cruz, longe de ser fixada por uma grande narração histórica e religiosa, mostra-se muito instável. Se ela evoca traumatismos, não é necessariamente do lado daqueles que teriam sofrido perseguições no Velho Mundo; por outro lado, são freqüentemente os escritores e cineastas francófonos que manifestam a maior ambivalência em relação a este símbolo. Se o Mont-Royal representa então seu papel de encruzilhada onde os caminhos se cruzam, as pistas abordadas pelos que passeiam são tudo, menos previsíveis.Résumé: Récemment le chef du Parti québécois André Boisclair s’est vu rappeler à l’ordre pour suggérer que le temps était venu pour enlever la croix fixée depuis longtemps au mur de l’Assemblée nationale à Québec. Tandis que M. Boisclair justifiait sa prise de position en vertu du caractère multiculturel du Québec contemporain et de la nécessaire laïcité de l’État, ses adversaires lui ont rétorqué que la croix devait y rester car elle témoigne des origines historiques et religieuses de la société québécoise. Aussi, il servirait à rappeler les «valeurs fondamentales» de la société d’accueil aux nouveaux venus. Dans notre communication, nous nous proposons d’examiner comment une autre croix – celle au sommet du Mont-Royal – se voit appropriée depuis son érection en 1924 de manières souvent étonnantes, voire inattendues, dans la littérature et le cinéma de multiples expressions linguistiques, dont le français, l’anglais, le yiddish et l’arabe. La valeur symbolique de la croix, loin d’être fixée par un grand récit historique et religieux, s’avère fort instable. Si elle évoque des traumatismes, ce n’est pas nécessairement du côté de ceux qui auraient subi des persécutions dans le Vieux Monde; par contre, c’est souvent les écrivains et cinéastes francophones qui manifestent la plus grande ambivalence envers ce symbole. Si le Mont-Royal joue donc son rôle de carrefour où les chemins se croisent, les pistes abordées par les promeneurs sont tout sauf prévisibles.
Publicado
2012-10-31
Edição
Seção
Artigos
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