Chamada para publicação - Dossiê Arte e Psicologia Social: métodos inventivos, pesquisas híbridas e poéticas do contágio

O Dossiê Arte e Psicologia Social: métodos inventivos, pesquisas híbridas e poéticas do contágio faz uma chamada para contribuições para a Revista Paralelo 31 em diferentes formatos, tais como artigos, ensaios textuais e visuais, relatos, ficção especulativa, resenhas e demais materiais em busca de provocar relações entre arte e psicologia social. Nossa chamada acena às expressões estéticas localizadas, afectas à todas as formas de vida, e que procuram dar conta não apenas dos problemas do humano, mas sobretudo da relação ainda traumatizada entre humano e mais-que-humano. Estamos em busca de artes e psicologias inventivas, (que funcionem desacopladas do próprio, da propriedade, da velha substância interior, meu, eu, moi, je, alma.) Buscamos textos que complexifiquem a relação aparentemente dual entre essas duas disciplinas, e que interfiram na suposta localização estática dos saberes e das práticas. Desalojar as dualidades, os vícios e os lugares comuns dos binarismos também sinaliza a urgência de sustentarmos um viés crítico aos modos de construção do conhecimento e às práticas coloniais, valorizando por sua vez os modos, os "como'', as formas de fazer. O dossiê se abre às comunicações que inaugurem modos inventivos de pensar-produzir mundos e que concebam e acolham a produção artística, o problema da criação e da expressão em relação à produção de subjetividade por meio de modos diferenciais na produção de conhecimento. Neste dossiê apostamos na criação de condições de possibilidade para que dialoguem e se aproximem pesquisas marcadas por: arte, psicologia, coletividades, ativismo político, epistemologias situadas, minoritárias ou não hegemônicas. No início dessa terceira década, diante da inesperada jornada obscurantista que vivemos e queremos crer que estamos em vias de superar, buscamos pensar ficções coletivas e métodos que nos ajudem a reinventar os espaços e os saberes comuns, sem apelo a uma redenção política e a uma universalidade ética. Nesse sentido o Dossiê acolhe com muito entusiasmo pesquisas que trabalhem ou se inspirem em métodos inventivos como cartografia, ficção especulativa, escrevivência, método de dramatização, bricolagem, afrofuturismo, biografema, genealogia, pragmática do desejo, arte-performance, performance social, pesquisa em ato, pesquisa ação, etnografia, pesquisa situada, figuração, pesquisar na diferença. Convidamos pesquisadoras e pesquisadores das artes, das psicologias e de áreas afins para envio de trabalhos que provoquem ou sejam provocados pelas seguintes questões: Quais experimentações criadoras procuram estabelecer relações entre as artes e a psicologia social?  Em que medida uma aliança entre as artes e a psicologia social dispararia pesquisas agenciadas às processualidades dos métodos inventivos? Com quais poéticas e saberes localizados a psicologia social estaria em condições de fazer parentagens?  Como perturbar o olhar colonizador (e objetivista) que é marcante na psicologia social e na academização das artes? Como desalojar epistemologias eurocêntricas na escuta de insurgências e saberes localizados no intuito de inaugurar marcos éticos no compartilhamento do conhecimento? Quais perspectivas na relação arte/ciência/academia descolonizam discursos mas também e, inevitavelmente, as práticas que atuam na desterritorialização de saberes e nas formas de fazer e sentir o mundo? Organização: Édio Ranière (PPGArtes/UFPel), Cristina Thorstenberg Ribas (Cosmopolíticas do cuidado no fim do mundo, FSP/USP/Fapesp), Rodrigo Lages (UFRGS)