Cartografias da Arte: da Literatura à Imagem
Resumo
Este artigo é uma versão em português do primeiro capítulo do livro de Anne Sauvagnargues Deleuze et l’art, publicado em francês em 2005 pela Presses Universitaires de France. Mais do que uma introdução ao livro, ele apresenta as principais linhas que, para a autora, conduziram o pensamento de Deleuze sobre a arte. Segundo Sauvagnargues é possível cartografar três filosofias da arte operando no pensamento de Gilles Deleuze, num movimento que inicia dando privilégio à literatura, passando por uma investigação das implicações da crítica política sobre a arte, até uma última fase dedicada a uma semiótica da imagem e da criação artística. Sauvagnargues ainda reconhece, nesse percurso, os desdobramentos que o encontro com o pensamento de Félix Guattari produzirá nas reflexões de Deleuze sobre o campo artístico. Desse modo a autora nos mostra que das obras iniciais até Diferença e Repetição (1968), a literatura possui lugar de destaque nas análises de Deleuze. De O Anti-Édipo (1972) até Mil Platôs (1980), escritos em parceria com Félix Guattari, teremos uma crítica radical à interpretação. Por fim, na última fase, Deleuze se dedica às artes não discursivas, onde o conceito de imagem tomará cada vez mais espaço em obras como Francis Bacon – Lógica da Sensação (1981), dedicada à pintura, e em Cinema 1: Imagem-Movimento (1983) e Cinema 2: Imagem- Tempo (1985), obras dedicadas ao cinema.Palavras-chave: Deleuze; Cartografia; Arte; Literatura; Imagem. Cartographies de l’art: de la littérature à l’image Résumé: Cet article est une version portugaise du premier chapitre du livre d’Anne Sauvagnargues Deleuze et l’art, publié en français en 2005 aux Presses Universitaires de France. Plus qu'une introduction au livre, il présente les lignes qui, pour l'auteur, ont conduit la pensée de Deleuze sur l'art. Selon Sauvagnargues, il est possible de cartographier trois philosophies de l'art opérant dans la pensée de Gilles Deleuze, dans un mouvement qui commence par le privilège à la littérature, en passant par une investigation sur les implications de la critique politique sur l'art, jusqu'à une dernière phase consacrée à la sémiotique de l'image et de la création artistique. Sauvagnargues reconnaît encore, dans cette voie, les implications que la rencontre avec la pensée de Félix Guattari va produire dans les réflexions de Deleuze sur le plan artistique. Ainsi, l'auteur nous montre que depuis les premières oeuvres jusqu'à Différence et Répétition (1968), la littérature occupe une place prépondérante dans les analyses de Deleuze. De L’Anti-OEdipe (1972) à Mille Plateaux (1980), écrit avec Félix Guattari, nous aurons une critique radicale de l'interprétation. Enfin, dans la dernière phase, Deleuze se consacre aux arts non discursifs, où le concept d'image gagnera plus d’espace dans des oeuvres telles que Francis Bacon – Logique de la Sensation (1981), consacrée à la peinture, et dans Cinéma 1: L'Image-Mouvement (1983) et Cinéma 2: L'image-Temps (1985), oeuvres dédiées au cinémaMots-clés: Deleuze; Cartographie; Art; Littérature; ImageReferências
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