Política, identificações e a forja dos inimigos sob o político
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
No artigo é desenvolvida uma breve análise sobre a identificação política e a forja do inimigo, consideradas as articulações discursivas e as possibilidades de fundamento para o social elaboradas entre o político e a política, relevantes para a definição de ordem e de exceção. São abordadas referências da teoria política de matriz pós-fundacionalista, destacando Laclau, Mouffe e Rancière, num diálogo com Schmitt e Agamben, considerando as categorias exceção, inimigo e político. Busca-se, a partir dessa base teórica, problematizar aspectos da política e da democracia, sendo viabilizada uma abordagem crítica sobre o consenso democrático e sua caracterização como pós-política. São demonstrados, brevemente, aspectos autoritários da antipolítica, como manifestações regressivas do político. Considera-se que as identificações políticas e suas expressões, não são totalmente contidas nos limites da representação institucional da política democrática. Em questão, estão as consequências dos afetos que compõem as manifestações políticas, as quais não são adstritas à racionalidade que orientaria decisões políticas, conforme a tradição na teoria política.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Referências
_________. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua. 2.ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
_________. Meios sem fim. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
ARDITI, Benjamin. Sobre o “político”: com Schmitt e apesar de Schmitt. In: Caderno CRH, Salvador, 21, (54), p. 423-438, Set./Dez. 2008
BERCOVICI, Gilberto. Entre o Estado total e o Estado social. A atualidade do debate sobre direito, Estado e economia na República de Weimar. Tese (livre docência). Faculdade de Direito. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2003.
_________. As possibilidades de uma teoria do Estado. Revista da Faculdade de Direito da UFMG - Belo Horizonte - nº.49, Jul. – Dez., 2006.
__________. Nas ruínas do neoliberalismo. São Paulo: Editora Filosófica Politeia, 2019.
CROUCH, Colin. Posdemocracia. Buenos Aires: Taurus, 2004
DE FREITAS, Felipe C. Repensando o agonismo: o impasse não superado entre conflito e consenso. Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, 29, (3), p. 135-158, 2021.
DERRIDA, Jacques. A escritura e a diferença. São Paulo: Editora Perspectiva, 2002.
FRASER, Nancy. Rethinking the Public Sphere: A Contribution to the Critique of Actually Existing Democracy. Social text, n.º 25/26, Duke University Press, p. 56-80.1990.
HAN,Byung-Chul. Psicopolítica. Veneza: Ayiné, 2020.
HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos. Uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
KURZ, Robert. A democracia devora seus filhos. Rio de janeiro: Consequência, 2020.
LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal. Hegemonia e estratégia socialista: por uma política democrática radical. São Paulo: Intermeios, 2015.
LACLAU, Ernesto; ZAC, Lilian. Minding the gap: the subject of politics. In: LACLAU, Ernesto (ed.). The Making of Political Identities. London: Verso, 1994.
LACLAU, Ernesto. Nuevas Reflexiones Sobre la Revolución de Nuestro Tiempo. 2ª ed. Buenos Aires: Nueva Visión, 2000.
__________. La Razón populista. Buenos Aires: Fondo de Cultura Econômica, 2005.
__________. Misticismo, retórica y política. Buenos Aires: Fondo de Cultura, 2006
__________. Emancipação e diferença. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011.
__________. Los fundamentos retóricos de la sociedad. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2014.
LEÃO, Karl Schurster Sousa A guerra de extermínio dos judeus na Europa (1941-1945). In DA SILVA, Francisco Carlos Teixeira; LEÃO, Karl Schurster Sousa (orgs). Por que a guerra? Das batalhas gregas às ciberguerras. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
LEFORT, Claude. A invenção democrática. São Paulo: Brasiliense, 1983.
MENDONÇA, Daniel; VIEIRA JUNIOR, Roberto. Rancière e Laclau: democracia além do consenso e da ordem. Revista Brasileira de Ciência Política, n.13, p. 107-136, 2014.
MOUFFE, Chantal. El retorno de lo político. Barcelona: Paidós, 1999.
__________. Democracia, cidadania e a questão do pluralismo. Revista Política e Sociedade, n.3, p. 11-26, 2003.
__________. Por um modelo agonístico de democracia. Revista Sociologia Política, (25): 11-23, nov 2005
__________. Sobre o político. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
ORTIZ LEROUX, Sérgio. La interrogación de lo político: Claude Lefort y el dispositivo simbólico de la democracia. Revista Andamios, 2, (4), p. 79-117, 2006.
RANCIÈRE, Jacques. O desentendimento: política e filosofia. São Paulo: Editora 34, 1996.
__________. A partilha do sensível. São Paulo: Editora 34, 2005.
__________. En los bordes de lo político. Buenos Aires: Ediciones la Cebra, 2007.
__________. Ódio à democracia. Sâo Paulo: Boitempo, 2014a.
__________. Ainda se pode falar de democracia? Lisboa: KKYM – YMAGO (Ensaios Breves), 2014b. Ebook.
ROCHA, Camila. Menos marx, mais Mises: Uma gênese da nova direita brasileira (2006-2018). Tese, FFLCH/USP. São Paulo, 2018.
SALES JR., Ronaldo. Laclau e Foucault: desconstrução e genealogia. In MENDONÇA, Daniel; RODRIGUES, Léo. Pós-estruturalismo e teoria do discurso: em torno de Ernesto Laclau. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.
SAFATLE, Vladimir. A economia neoliberal e seus descontentes. In: SAFATLE Vladimir; DA SILVA JR, Nelson, DUNKER, Christian (orgs.). Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
SCHMITT, Carl. O conceito do político. Teoria do partisan. Belo Horizonte: Del Rey, 2008.
___________. Teoria de la Constituición. Salamanca: alianza Editorial, 2006.