CRIAÇÃO OU DESCOBERTA? A COMPOSIÇÃO HISTÓRICA A PARTIR DE SARTRE E RICOEUR

  • Jivago Furlan Machado Universidade Federal de Santa Maria

Resumo

O presente trabalho consiste em verificar se a escrita da história se dá a partir de descobertas de configurações vivências temporais ou de criações arbitrárias de narrativas coerentes, a partir de alguns escritos de Jean-Paul Sartre (1905-1980) e Paul Ricoeur (1913-2005). O foco está em verificar a pertinência de narrativas que pretendem possibilitar-nos conhecer os outros no tempo. Para isso, partimos do método progressivo-regressivo de Sartre, que acentua o caráter heurístico das compreensões que efetuamos de nossas experiências, combinado com sua concepção de subjetividade, que desafia a validade da aplicação de modelos teóricos aos diversos casos a serem conhecidos historicamente ao atentar para a singularidade das interpretações e dos eventos. Ricoeur chama a atenção para a herança simbólica que inevitavelmente condiciona nossas interpretações do passado, insistindo que o trabalho de interpretação histórica parte sempre de sentidos prévios, com os quais recriamos sentido. Ele trata a gênese das narrativas históricas a partir dos conceitos aristotélicos de mímesis e mŷthos, aqui traduzidos respectivamente como imitação da ação e composição de intriga. Nossa conclusão é que Ricoeur foge da dicotomia entre criar e descobrir, pois trata o conteúdo da composição histórica como sendo uma imitação poética da realidade visada.

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Biografia do Autor

Jivago Furlan Machado, Universidade Federal de Santa Maria
Graduado em História pela Universidade Federal de Santa Maria (2015). Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria - RS - Brasil.
Publicado
2017-09-10
Seção
Artigos