SEVERINO BOÉCIO E A INVENÇÃO FILOSÓFICA DA DIGNIDADE HUMANA
Resumo
Severino Boécio (480-524) é o divisor de águas de dois tempos: a antiguidade e o medievo. Neste artigo, a ideia é analisar a definição de pessoa, em linhas gerais, nas obras Liber contra Eutychen et Nestorium (capítulo III) e De Consolatione Philosophiae, no que tange ao princípio do que podemos denominar, mais tarde, na escolástica, de dignidade humana. Boécio é o precursor da definição filosófica de pessoa (humana), embora seu desenvolvimento pleno tenha se dado na metade do século XIII. A sua contribuição para a Antropologia Filosófica foi situar a pessoa humana no horizonte da racionalidade considerando a sua condição de singularidade. A noção de pessoa como substância individual e racional, como ele sugeriu, eleva o humano a um novo patamar de dignidade e responsabilidade e implica numa nova perspectiva de ser e estar no mundo. Palavras-chave: Boécio; Antropologia Filosófica; Dignidade Humana; Pessoa Humana. Abstract: Anicius Manlius Severinus Boethius (480-524) is the watershed of two times: ancient and medieval. The idea in this article is to analyze the definition of person, in general, in the works Liber contra Eutychen et Nestorium (Chapter III) and De Consolatione Philosophiae, with respect to the principle of what may be called later in the scholastic, human dignity. Boethius is the forerunner of the philosophical definition of person (human), although its full development has taken place in the middle of the thirteenth century. Its contribution to the Philosophical Anthropology is on the horizon of human rationality condition considering its uniqueness. The notion of person as an individual substance and rational, as he suggested, elevates the human to a new level of dignity and responsibility and implies a new perspective on being in the world. Keywords: Boethius, Philosophical Anthropology, Human Dignity, Human Person. RODRIGUES, Ricardo Antonio. "SEVERINO BOÉCIO E A INVENÇÃO FILOSÓFICA DA DIGNIDADE HUMANA". In: Seara Filosófica. UFPel: Pelotas, verão, n.5, 2012, pp.3-20.
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