REALPOLITIK INTERNACIONAL E DEVER DE DEFENDER A VIDA

É O EGOÍSMO MORAL ESTATAL DESEJÁVEL EM QUESTÕES RELACIONADA A PANDEMIAS?

Resumo

Premissas do contratualismo clássico estão nas bases da teoria geral da criação de muitos estados ocidentais. A tradição contratualista normalmente considera, simbolicamente, que ao celebrarmos o contrato social abrimos mão de uma potencial (mas problemática) liberdade irrestrita, em favor da segurança e da possibilidade de florescimento trazida pela estabilidade de um governo instaurado. Dentro dessa tradição assume-se que Estados possuem o dever de zelar pela segurança e integridade física de seus cidadãos. No exercício da realpolitik internacional ocorre a prática de ações que passam ao largo de princípios e normas consideradas válidas, justificadas justamente com base nesse dever.  Esse tipo de justificação parece recomendar que um governante ou representante de um Estado guie suas ações no campo internacional de acordo com o egoísmo ético. Entretanto, deve-se ponderar se em casos de pandemias globais como aquela recentemente deflagrada pela COVID-19, a recomendação da prática de ações como essas são adequadas para proteger a integridade física de cidadãos que estão sob o governo do Estado que representam. O objetivo deste artigo é analisar os deveres do Estado diante da pandemia, levando em consideração aspectos como egoísmo moral, questões ambientais, os limites das ações legítimas para Estados democráticos e Realpolitik.

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Biografia do Autor

Evandro Barbosa, Universidade Federal de Pelotas
Professor nos Programas de Graduação e Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Pelotas - UFPel. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Filosofia - UFPel e vice-coordenador do GT Ética (ANPOF).. Foi Visiting Scholar (2019-2020) na University of North Carolina - Chapel Hill, sob orientação do Prof. Geoffrey Sayre-McCord, com bolsa CAPES (Professor Visitante no Exterior Júnior). Ex-coordenador do Curso de Licenciatura em Filosofia Ead - UFPel (2019). Possui graduação em Filosofia pela Universidade Regional Integrada do Rio Grande do Sul - Campus Erechim (2003), mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2006) e doutorado em Filosofia pela mesma instituição (2010). Desenvolveu estágio pós-doutoral na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) com bolsa CAPES/Fapergs na área de metaética e foi Visiting Scholar (short term) na University of California, sob orientação de David Copp. Áreas de interesse: Metaética (construtivismo, naturalismo e realismo moral), Filosofia Política (liberalismo e igualitarismo), filosofia do direito e teorias da justiça. Atualmente é Bolsista de Produtividade em Pesquisa 2 e conduz projeto intitulado "Pandemic and Human Relations: Moral Considerations in the Time of COVID-19". Editor do compêndio "Moral Challenges in a Pandemic Age", Routledge, 2023. Coordenador do grupo de pesquisa "Faces of Vulnerability: Justice, Human Rights, and Technology", ligado ao projeto com o mesmo título (Chamada CNPq/MCTI N 10/2023 - UNIVERSAL). Membro da American Philosophical Association (Eastern Division) e da International Adam Smith Society. (
Publicado
2025-02-15
Seção
Artigos