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Nádia Junqueira Ribeiro (UFG)
Universidade Federal de Goiás
Resumo
De acordo com a teoria política de Hannah Arendt, os homens, ao agirem, nunca sabem exatamente o que estão fazendo e, portanto, podem provocar algo irreparável que não desejavam. Ou, ainda, nunca podem prever as consequências de seus atos ao agirem. A ação, assim, é caracterizada por Arendt pelo seu caráter processual, sendo imprevisível e irreversível. É nesse contexto que a autora apresenta os remédios para as fragilidades da ação: para a irreversibilidade, o perdão. Para a imprevisibilidade, a promessa. São as soluções apontadas para que a convivência dos homens entre si se torne possível. O esquecimento e a promessa indicados por Nietzsche e as faculdades de perdoar e prometer desenvolvidas por Arendt indicam a vulnerabilidade e fragilidade das ações humanas. Contudo, apesar das contingências e da fragilidade da ação humana, há formas dos homens se redimirem e tornarem a convivência humana possível; para tanto apresentaremos as redenções desenvolvidas por Hannah Arendt para as fragilidades das ações humanas. Há, ainda, uma responsabilidade pessoal a ser construída como uma forma dos homens enfrentarem tais fragilidades. Nietzsche é o autor que nos inspira para construção dessa responsabilidade pessoal.Palavras-chave: Hannah Arendt; Nietzsche; Perdão; Promessa. Abstract: According to the politic theory of Hannah Arendt, once they act, the men never know exactly what they are doing. So, they can induce something irrecoverable which they didn’t want to. Or, yet, they can never previse the consequences of their acts once they act. The action, this way, is characterized by Arendt for its procedural feature, being unpredictable and irreversible. In this context, this author presents the medicines for the action’s frailty: to the unpredictability, the forgiveness. To the irreversibility, the promise. These are the solutions pointed in order to the men live together. The forgetfulness and the promise indicated by Nietzsche and the faculties of forgiving and making promise developed by Arendt indicate the vulnerability and fragility of the human actions. However, in spite of the contingences and the frailty of the human action, there are ways to the men redeem and to become possible living together; so we will present the redemptions developed by Hannah Arendt to the frailties of the human action. There’s, yet, a personal responsibility to be built as a way to the men face such frailties. Nietzsche is the author who inspires ourselves in the construction of this personal responsibility. Keywords: Hannah Arendt; Nietzsche; Forgiveness; Promise. RIBEIRO, Nádia Junqueira. “Ação: fragilidades, redenção e responsabilidade”. In: Seara Filosófica, n.10, inverno, 2015, p.85-98.