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Lucas Duarte Silva (PUCRS)
PUCRS
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Daniela Grillo Azevedo (UFPel)
UFPel
Resumo
O mês de Agosto de 1945 comportou datas que se tornaram verdadeiros marcos históricos para a Humanidade. No dia 6 de agosto de 1945 a bomba atômica de urânio (Little Boy) foi lançada sobre Hiroshima às 8h15m (na hora local) pelo exército dos Estados Unidos. Estima-se que 40 mil pessoas morreram instantaneamente e mais 100 mil pessoas somaram-se a esta conta até no final daquele ano, devido à radiação. Três dias depois, às 11h02m (no horário local), um novo ataque nuclear, agora sobre a cidade japonesa de Nagasaki, matou mais de 74 mil pessoas. Os dois ataques norte estadunidenses culminariam na redenção do Japão no dia 15, do corrente ano. Chegava-se oficialmente ao fim da Segunda Guerra Mundial. Neste ano, quando se completa 70 anos do fim da Segunda Guerra, temos mais uma oportunidade de refletir sobre os eventos dessa devastadora guerra que terminaria no primeiro, e até então único, ataque nuclear sobre seres humanos. Retornar a este tema, independente da forma que for, seja ela literária ou cinematográfica, é imperativo para o homem refletir sobre si, suas ações no mundo e sua relação com os seus semelhantes. E talvez não se encontre reflexões tão bem estruturadas deste acontecimento bélico e de suas razões em outro autor que não seja na obra de Hannah Arendt (1906-1975). A autora que viu e vivenciou as duas grandes guerras, expôs uma refinada reflexão sobre estes acontecimentos através de suas obras (por exemplo: A Origem do Totalitarismo (1951), A Condição Humana (1958) e Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal, da década de 60), ao mesmo tempo em que construía o seu próprio pensamento filosófico. Refletir sobre este acontecimento histórico sob o viés de Arendt é a proposta desta edição da Seara Filosófica. Que traz na sessão de artigos, a importante contribuição da pesquisadora e professora do Departamento de Filosofia, da Universidade Federal de Pelotas, a Doutora Sônia Maria Schio, com sua análise dos conceitos de pessoa e de dignidade humana. Ademais, os artigos subsequentes versam sobre os conceitos: totalitarismo; dignidade humana; ideologia; ação política e muitos outros elementos importantes do pensamento de Hannah Arendt. São valiosas contribuições que podem auxiliar de uma maneira ou outra na reflexão deste acontecimento e sobre Arendt. Esta edição ainda traz um artigo sobre Agostinho na seção Varia e uma resenha crítica. Por fim, esperamos que os trabalhos possam suscitar aos possíveis interessados a reflexão, nos seus mais diversos níveis, sobre estes temas. Pelotas, agosto de 2015. Daniela Grilo de Azevedo e Lucas Duarte Silva Organizadores
Biografia do Autor
Lucas Duarte Silva (PUCRS), PUCRS
Graduado no curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade Federal de Pelotas (2006-2010), com um intercâmbio de 6 meses na Universidade do Porto (Portugal). Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas (2011-2013). Atualmente vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul na condição de doutorando. Trabalha com questões de metafísica e filosofia prática, ética e política, com ênfase em teoria morais e modelos políticos.
Daniela Grillo Azevedo (UFPel), UFPel
Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas (2008). É mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas e participa do Grupo de Estudos em Hannah Arendt (GEHAr). Tem como foco de estudos a filosofia política de Hannah Arendt. Atua como professora na Escola Estadual de Ensino Médio Santa Rita e é supervisora PIBID - UFPel.