Arte e cidade comprimidas: a exposição como símbolo da modernidade em Georg Simmel
Resumo
O objetivo deste texto é apresentar uma reflexão sobre o papel atribuído por Georg Simmel às exposições no âmbito de sua análise da cultura emergente nas grandes cidades de fim do século XIX. Concentrado sobre as leituras de dois ensaios nos quais o autor aborda diferentes tipos de exposições, a de obras de arte e a de produtos industriais – a saber, Über Kunstausstellungen (Sobre Exposições de Arte), de 1890, e Berliner Gewerbe-Ausstellung (Exposição Industrial de Berlim), de 1896, respectivamente –, busco situá-los no interior da sua formulação mais detalhada acerca da modernidade, sua temporalidade, configurações espaciais, percepção subjetiva e o processo constante de afetação mútua entre estas e as relações sociais. Para a composição desse quadro recorro também a outros textos de Simmel publicados posteriormente, especialmente para retraçar o desenvolvimento de sua abordagem a partir da elaboração do conceito de ‘estilo de vida’, elaborado em seu livro Philosophie des Geldes (Filosofia do Dinheiro), de 1900.Palavras-chave: Georg Simmel; exposições de arte; exposição industrial; modernidade; metrópole.Referências
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