Clínicas do Testemunho: a política de reparação psíquica no Brasil

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Alexei Conte Indursky
Daniela Sevegnani Mayorca

Resumo

O presente artigo propõe refletir sobre a emergência e implementação da política de reparação psíquica, Clínicas do Testemunho, na agenda de justiça de transição no Brasil. Inicialmente, procuramos realizar um apanhado histórico que demonstrasse as condições de possibilidade dessa política em nosso contexto. Em seguida, justificamos a pertinência da metodologia clínica e política empregada ao longo do projeto, a partir de uma revisão crítica sobre os efeitos sintomáticos da política de perdão, veiculada através da noção de anistia no Brasil. Para tanto, apostamos que uma política de reparação psíquica pressupõe um contexto sócio-político desde o qual são moduladas as próprias bases normativas e os sentidos do que é ser vítima da violência de Estado. Na sequência, serão apresentados os principais efeitos clínicos e políticos produzidos através de vinhetas clínicas. Por fim, será realizada uma discussão dos resultados e os desafios que representam para a agenda da Justiça de transição no Brasil.

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Como Citar
Indursky, A. C., & Mayorca, D. S. (2019). Clínicas do Testemunho: a política de reparação psíquica no Brasil. Revista Sul-Americana De Ciência Política, 5(1), 163-178. https://doi.org/10.15210/rsulacp.v5i1.16010
Seção
Dossiê
Biografia do Autor

Alexei Conte Indursky

Psicanalista. Membro da Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA). Doutor e Mestre em Psicanálise e Psicopatologia pela Universidade Paris VII, Sorbonne, Denis-Diderot. Coordenador técnico do projeto Clínicas do Testemunho (Instituto APPOA/Comissão de Anistia/Ministério da Justiça, 2016-2017) e membro do Centro de Estudos em Reparação Psíquica (Instituto APPOA/ Fundo Newton/British Council).

Daniela Sevegnani Mayorca

Mestre em Psicologia pelo Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (2016) - Área: Estudos Psicanalíticos. Foi bolsista CAPES (2014-2016). Possui graduação em Psicologia pela UniversidadeFederal de Santa Catarina (2013). Foi bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPq (2009/2012). Atuou no ProjetoClínicas do Testemunho (Insitituto APPOA/Comissão de Anistia/MJ), no Centro de Estudos em ReparaçãoPsíquica (British Council) e na Clínica da Reparação Psíquica (NEMPsiC/UFSC) para o atendimento psicológico depessoas afetadas por graves violações de direitos humanos desde o período ditatorial à atualidade. Atualmente,desenvolve pesquisa no campo da psicanálise no campo das políticas públicas e medidas sócio-educativas.