CONTROVÉRSIAS EM BIOTECNOLOGIAS TRANSGÊNICAS: O LABORATÓRIO EM REDE
Resumo
As controvérsias sobre Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s) foram e são um grande tema no país. A história da entrada, da dispersão e da permanência destes é também - mas não exclusivamente - o resultado de uma série de movimentos que os arrastaram da lavoura ao Congresso Nacional. Quais seriam esses movimentos? Sugere-se que para registrá-los se faz necessário ir nos locais de produção deste artefato. Mais do que a técnica, são nos laboratórios que se pode captar a dinâmica de “fazer sociedade”. Neste artigo, foco-me nas atividades de pesquisa realizadas em dois laboratórios, um de genética vegetal e outro de biotecnologia, localizados no sul do Brasil. Estes são descritos e analisados por meio da articulação entre seu ambiente físico e sua funcionalidade. Nessa articulação, a produção de dois dispositivos de interessamento vem impulsionando a circulação dos transgênicos na sociedade. Mais: eles vêm procedimentalizar o meio a partir do qual o social é construído. Por intermédio de algumas observações etnográficas e entrevistas é possível descrever tais movimentos - ou seja, como os laboratórios “carregam” o transgênico para as lavouras e as instituições jurídico-políticas - e, simultaneamente, situar o laboratório no histórico de algumas das controvérsias mais importantes que envolveram o tema há duas décadas e ainda o fazem irromper na atualidade. Lanço, por fim, alguns apontamentos sobre a relevância e o alcance do domínio científico, representado pela prática dos laboratórios, quando informado pelo modus operandi das controvérsias em meio à realidade social.Referências
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