Quando a política desafia a polícia: subjetivações em um Ponto de Cultura
Resumo
Esse artigo analisa possíveis relações entre a extinta política pública de fruição cultural dos Pontos de Cultura e sua interface com os campos de Cultura, Cidade e Juventude. Sob uma perspectiva de caráter etnográfico foram realizadas cinco entrevistas com trabalhadores/as atuantes em um Ponto de Cultura em Porto Alegre/RS. O artigo discute as implicações dessa política junto a população jovem da comunidade onde o Ponto de Cultura se inseria, bem como as possibilidades de exercício político diante das racionalidades neoliberais que inscrevem a produção e gestão cultural na lógica do empreendedorismo. Para isso, considerações derivadas da filosofia de Jacques Rancière são tomadas como aporte teórico principal de análise. Entre as conclusões desse artigo, destaca-se que os Pontos de Cultura figuravam como possibilidade de inflexão no cotidiano de todos/as entrevistados/as, articulando processos de subjetivação política com formas policiais de expressão pela via das políticas culturais, da gestão de territórios urbanos e cooptação da produção cultural no contexto brasileiro numa racionalidade empreendedora.Referências
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