REDES, SOCIEDADE INFORMACIONAL E INTERNET: OS USOS POLÍTICOS DO ON-LINE NA CONTEMPORANEIDADE A PARTIR DA MASSIFICAÇÃO DE PÓS-VERDADES E DE FAKE NEWS

  • Júlio Marinho Ferreira Doutorando em Sociologia pela Universidade Federal de Pelotas, bolsista Capes/CNPQ

Resumo

Este artigo propõe uma discussão a partir do conceito de redes, que evoca toda uma literatura filosófica, que passaria de Descartes chegando ao século XX com o conceito de sociedade em rede, além de seus usos sociológicos. Dessa forma, através de uma análise sociológica que versa sobre a relação da informação com a sociedade e com a tecnologia informacional, através da ascensão de uma rede internacional comunicacional (a Internet), primeiro utilizada como ferramenta militar, sendo em seguida uma produtora de conhecimento, para depois se tornar uma geradora de interações sociais variadas, fez aparecer a questão de uma existência, de indivíduos, no plano do digital/virtual, com a possibilidade de criação de perfis e de outras ferramentas interativas. Ademais, com o modelo chamado de sociedade informacional, estabelecida através da forte relação entre informação e Internet, nos últimos vinte anos (Web 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0) o mundo digital/virtual do on-line, com suas dualidades e paradoxos entre realidade e virtualidade promoveu o uso de imagens on-line, que poderiam ser usadas e manipuladas. E na contemporaneidade, com uma latente massificação do acesso às redes sociais digitais/virtuais e a ascensão da chamada pós-verdade, com os conteúdos fake news e perfis falsos, surge a questão do uso político das mesmas, e como isso afetaria as noções sociais de verdade, de ciência e de democracia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e Simulação. Lisboa: Relógio D’água, 1991.

BELL, Daniel. O advento da sociedade pós-industrial. São Paulo: Cultrix, 1974.

BELL, David. Cyberculture Theorists. Manuel Castells and Donna Haraway. New York: Routledge, 2007.

BENTHAM, Jeremy. O Panóptico. Belo Horizonte/MG: Editora Autêntica, 2008.

CASTELLS. Manuel. A galáxia da Internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. A era da informação: economia, sociedade e cultura. Volume 1. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

CRARY, Jonathan. 24/7. Capitalismo e os fins do sono. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

COSTA, Rogério da. Sociedade de Controle. São Paulo em

Perspectiva, 18(1): 161-167, 2004.

D’ANCONA, Matthew. Pós-Verdade. A nova guerra contra os fatos em tempos de Fake News. Barueri: Faro Editorial, 2018.

DELEUZE, Gilles. Post-Scriptum sobre a sociedade de controle. IN: Conversações 1970-1992. São Paulo: Ed. 34, 1992, pp. 219-226.

DESCARTES, René. O discurso do método. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da Sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: O nascimento da prisão.

Petrópolis/RJ: Vozes, 2006.

GIBSON, William. Neuromancer. São Paulo: Aleph, 2016.

GOFFMAN, Erving. Forms of Talk. Philadelphia: University of Pennsylvania, 1981.

HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública.

Investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.

HAN, Byung-Chul. Psicopolítica – O neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Belo Horizonte/Veneza: Editora Âyiné, 2018.

LOJKINE, Jean. A Revolução Informacional. São Paulo: Cortez, 1999.

MAFFESOLI, Michel. Apocalipse. Opinião pública e opinião publicada. Porto Alegre: Sulina, 2010.

MOROZOV, Yevgeny. Big Tech. A ascensão dos dados e a morte da política. São Paulo: Editora Ubu, 2019.

MUSSO, Pierre. Ciberespaço, figura reticular da utopia tecnológica. IN: MORAES, Dênis de. Sociedade Midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.

MUSSO, Pierre. A filosofia da rede. IN: PARENTE, André. As Tramas da Rede. Novas dimensões filosóficas, estéticas e políticas da comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2010.

NEGROPONTE, Nicholas. A Vida Digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

PARENTE, André. As Tramas da Rede. Novas dimensões filosóficas, estéticas e políticas da comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2010.

RÜDIGER, Francisco. As teorias da Cibercultura. Perspectivas, questões e autores. Porto Alegre: Sulina, 2016.

SCHUDSON, Michael. Porque a conversação não é a alma da democracia? IN: MARTINS, Francisco M. e DA SILVA, Juremir M. A genealogia do virtual: comunicação, cultura e tecnologias do imaginário. Porto Alegre: Sulina, 2004.

SIMMEL, Georg. MORAES FILHO, E. Sociologia. São Paulo: Ática, 1983.

WEISSBERG. Jean-Louis. Real e Virtual. IN: PARENTE, André (org.) Imagem-Máquina. Rio de Janeiro: Editora 34, 2011. pp.117-127.

WIENER, Norbert. Cibernética e Sociedade. São Paulo: Cultrix, 1976.

Publicado
2019-12-31