Ensino de Ciências e Biologia:
da heteronomia de um campo em busca de uma identidade
Resumo
Neste artigo discutimos o campo do ensino de ciências com o objetivo de compreender suas
mudanças ao longo dos anos e os fatores que contribuíram para essa transformação, bem
como suas consequências para o ensino de ciências e biologia. Com esta finalidade,
utilizaremos os conceitos de campo, habitus e reflexividade, de Pierre Bourdieu.
Apresentaremos o caráter híbrido do campo de pesquisa em ensino de ciências e biologia e
sua apropriação de correntes pós-modernas, evidenciando assim as fragilidades que ameaçam
sua definição e coerência. Na sequência, defendemos a retomada dos estudos sobre a natureza
da ciência a partir de uma perspectiva materialista, dialética e histórica para a compreensão
dos fenômenos e processos naturais, defendendo uma determinada visão de ciência e seu
ensino. Por fim, propomos que, ao levarmos em conta o caráter dinâmico da transformação
dos fenômenos naturais e da própria atividade científica, reconhecemos a relevância do
caráter histórico desses processos, o que nos permite escapar de uma visão simplificadora e
unívoca de ciência, assim como de perspectivas relativistas.
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