A participação do Brasil na revisão periódica universal da Organização das Nações Unidas (2008- 2017)
Mulheres indígenas e interseccionalidade
Palavras-chave:
Mulheres indígenas, Brasil, Revisão Periódica Universal (RPU), Interseccionalidade, Direitos Humanos
Resumo
Este artigo analisa os três ciclos (2008, 2012 e 2017) do mecanismo de Revisão Periódica Universal (RPU) da Organização das Nações Unidas (ONU) nos quais o Brasil participou até o momento. Com foco no modo como são abordas as questões concernentes às mulheres indígenas por parte do Estado brasileiro e dos demais atores internacionais ali atuantes, elaboramos, com aportes de Kimberlé Crenshaw, uma análise que utiliza a interseccionalidade como ferramenta analítica. Utilizamos a metodologia da análise de conteúdo (AC) conforme proposta por Bardin, para a análise de 38 documentos oficiais coletados na pesquisa. Esta nos permite concluir que houve uma baixa menção às mulheres indígenas nos três ciclos – apenas 11 vezes. Esse e outros dados detalhados no texto demonstram que as questões relacionadas às mulheres indígenas na participação brasileira na RPU ora está totalmente ausente, ora surge de modo periférico. Esses resultados se conectam com uma característica já identificada em pesquisas anteriores sobre o posicionamento brasileiro em sua política externa e nacional: a ausência de abordagens interseccionais quando se trata do acesso aos direitos humanos das mulheres.Downloads
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Publicado
2024-12-16
Edição
Seção
Dossiê Interseccionalidades: experiências, olhares, reflexões e engajamento
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