Nietzsche e a inspiração poética: a oscilação entre os modelos de Platão e Aristóteles

Palavras-chave: Nietzsche, inspiração, poesia, Platão, Aristóteles.

Resumo

O presente artigo escrutina dois momentos da obra de Nietzsche em que ele se detém sobre o fenômeno da inspiração poética, com o fito de ressaltar suas diferenças e de mostrar como cada um deles é reminiscente das reflexões de Platão e Aristóteles sobre esse tema. No primeiro caso, comenta dois parágrafos do livro Humano, demasiado humano, salientando como Nietzsche desenvolve neste caso visão secular e psicofisiológica da inspiração, a qual relembra várias reflexões de Aristóteles. No segundo, examina o que ele escreve no Ecce Homo sobre sua inspiração ao compor o Zaratustra, argumentando que ele avança então perspectiva divina da inspiração, a qual recorda, por sua vez, vários traços da Inspirationslehre de Platão. Como conclusão, elaboram-se alguns pensamentos baseados em Pierre Hadot sobre a transmissão da filosofia através do conceito retórico de tópos.

Biografia do Autor

Maicon R. Engler, Unicentro
Doutor em Filosofia pela UFSC. Atualmente é professor colaborador da Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná (Unicentro).
Publicado
2017-07-03
Seção
Artigos