A herança hegeliana na crítica à filosofia do sujeito em Charles Taylor
Resumo
O objetivo deste artigo é articular a influência da análise hegeliana da modernidade na crítica à filosofia da subjetividade moderna em Charles Taylor. Embora essa influência seja conhecida, ela não é trabalhada nos diversos estudos sobre Taylor. Este realiza uma hermenêutica da filosofia hegeliana, tornando-se responsável por uma das principais recepções do pensamento hegeliano na comunidade filosófica de língua inglesa. A influência de Hegel na obra de Taylor permanece como uma dimensão pressuposta, mas pouco explorada. Reconstruir tal influência hegeliana na crítica à filosofia da subjetividade moderna em Taylor é o objetivo deste artigo. Em seus estudos sobre Hegel, como defende Rainer Forst, Taylor interpretou a crítica hegeliana ao conceito moderno de liberdade tal qual uma crítica ao conceito de sujeito vazio, não situado no contexto formador das identidades. A essa visão estreita de subjetividade, Taylor contrapôs, inspirado em Hegel, uma versão alternativa de identidade linguística, histórica, cultural e comunicativamente situada, os seja, uma identidade que é parte abrangente de uma comunidade que nos forma enquanto sujeitos. Primeiramente, explicitaremos a emergência do eu no contexto da modernidade; em seguida, enfatizaremos a crítica hegeliana à noção de sujeito moderno autoconsciente; por fim, articularemos como a crítica hegeliana influenciou diretamente Taylor em sua crítica à subjetividade moderna.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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