Racionalismo e Sentimentalismo na Filosofia Moral Britânica Moderna: Argumentos Analógicos e Fenomenologia
Resumo
A disputa entre racionalistas e sentimentalistas ditou o tom do debate sobre a natureza da moralidade entre os filósofos britânicos do período moderno (do início do século XVII até o final do século XVIII). Enquanto racionalistas defenderam que distinções morais são oriundas de um uso adequado de nossas capacidades racionais e são representativas de verdades e falsidades, sentimentalistas defenderam que distinções morais são oriundas de nossas capacidades sentimentais e são disposições para agir. Estas são duas caracterizações, em larga medida, ontológicas acerca da natureza da moralidade. Porém, parte dessa discussão ontológica entre tais autores é apresentada através de formas indiretas de argumentação. Um tipo de argumentação indireta que pode ser identificada em tal literatura parte de uma perspectiva fenomenológica compartilhada da experiência moral e fornece uma analogia com a experiência de outras atividades humanas. Do ponto de vista racionalista, encontramos a analogia da experiência de formulação de juízos morais com a experiência do raciocínio matemático, enquanto que na literatura sentimentalista a analogia é formulada em relação à experiência da contemplação e fruição estéticas. Após discutir e comparar vários detalhes desse debate, nossa conclusão será a de que, por um lado, o uso argumentativo das analogias é, em grande medida, inconclusivo. Mas, a despeito disso, por outro lado, apresentaremos razões para se crer que a analogia matemática é mais problemática do que a analogia estética.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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