CONSIDERAÇÕES SOBRE JUÍZOS PRÁTICOS PERFECCIONISTAS EM NIETZSCHE
Resumo
O artigo tem por objetivo explicar o que significam e em que consistem juízos práticos perfeccionistas em Nietzsche, em que pese a expressão não ter sido empregada pelo filósofo em seus textos, de modo que pressuponho também uma mudança metodologia de interpretação. Parto do distanciamento de Nietzsche dos problemas típicos da filosofia moral moderna, tais como obrigação e dever moral, em direção ao debate sobre o que significa o bem viver. Assumo que a noção de autossuperação pode exercer apelo intuitivo estritamente formal, com objetividade deflacionada e instanciada no âmbito da plausibilidade, bem como prescindindo de uma finalidade forte em proveito da dinâmica processual capaz de motivar o apelo de Nietzsche à ‘contínua autossuperação do homem’ ou seu ‘engrandecimento’. Essa dinâmica processual consiste em uma explicação da estrutura formal de juízos práticos perfeccionistas, por meio de uma tríplice significação: a) um processo prático não-cognitivo e um processo teórico baseado na virtude epistêmica da Redlichkeit; b) uma retroalimentação entre performance moral e espaço de atuação; c) e como a dinâmica da vontade de poder, tal como registrada no aforismo 12 da Segunda Dissertação de Para genealogia da moral, exprime em grande medida a estrutura formal de tais juízos. Concluo com a explicação de que juízos práticos perfeccionistas são produzidos de maneira autopoéitca.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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