SOBRE A FUNÇÃO DA REGRA NO DEBATE CONTRA O CETICISMO

  • Eduardo Neves Filho UFPel
  • Julio Henrique Carvalho Pereira PPGFil - UFPel
  • Mariana Marques Burkle PPGFil - UFPel
Palavras-chave: Ceticismo, Moore, Wittgenstein, Regra, Holismo.

Resumo

o objetivo basilar do presente artigo é mostrar como a abordagem das proposições fulcrais como regras define a estratégia de Wittgenstein contra o ceticismo e, por conseguinte, é a característica principal que o diferencia de Moore na abordagem do problema. Para Moore, o cético deve ser levado a sério, havendo a necessidade da filosofia em respondê-lo, adotando assim uma estratégia positiva de resposta (no sentido não clássico de prova). Wittgenstein, por sua vez, mostra que o cético se autorrefuta, não havendo a necessidade da filosofia em respondê-lo, adotando uma estratégia negativa de resposta, assim dissolvendo o problema. A partir da análise do conceito de regra em Da Certeza, mostraremos como Wittgenstein estrutura sua dissolução do problema cético em um possível novo tipo de regra que é melhor alinhada a uma leitura holista do Da Certeza. Contudo, para defender a interpretação holista das proposições fulcrais torna-se importante mostrar a conexão entre o holismo de Quine e as observações contidas em OC, pois o holismo é tradicionalmente relacionado às considerações do filósofo norte-americano. Assim sendo, o objetivo secundário do presente artigo é investigar e avaliar o holismo de Quine e sua compatibilidade com OC. Na parte final do artigo será́ definida a especificidade do holismo de Wittgenstein, caracterizado como holismo gramatical.

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Biografia do Autor

Eduardo Neves Filho, UFPel
Possui graduação em Filosofia pela Universidade Católica de Pelotas (1995), sob orientação do Prof. Dr. Abel Lassalle Casanave, mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1999), sob orientação do Prof. Dr. Claudio de Almeida e Doutorado em Filosofia, Área de concentração Epistemologia, na Universidade Federal de Santa Catarina, sob orientação do Prof. Dr. Darlei Dallagnol (2008). Atualmente é professor adjunto na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), e tem pesquisado temas de interface entre filosofia da linguagem e epistemologia: Witttgenstein, Paradoxo de Moore.
Julio Henrique Carvalho Pereira, PPGFil - UFPel
Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas. Possui bacharel em Filosofia (2014) e mestrado (2017) pela Universidade Federal de Pelotas. Desempenhou pesquisas sobre Epistemologia, Naturalismo, Ceticismo e Teorias da Verdade. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Epistemologia e Metaética atuando principalmente nos seguintes temas: Problema Frege-Geach, Filosofia da Linguagem, Epistemologia Moral e Expressivismo.
Mariana Marques Burkle, PPGFil - UFPel
Mestranda em Filosofia na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), na linha de pesquisa: Epistemologia Moral. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Graduação em Filosofia(Licenciatura) pela Universidade Federal de Pelotas(UFPel). Atualmente é editora da Revista Enciclopédia(UFPel), e professora de Filosofia no Desafio Pré-universitário Popular; foi bolsista do programa PBIP no período de 2016 a 2018, atuando no Grupo de Estudos Wittgenstein e a Filosofia Analítica, com ênfase na obra Da Certeza e no conceito de proposição em Wittgenstein. Foi bolsista do programa PROBIC em 2018, atuando no grupo de estudos GOAT - Grupo de Análise e Tradução de Textos Filosóficos. Tem interesse na área de Filosofia Analítica e epistemologia, especificamente em metaética, naturalismo e evolucionismo. Atualmente tem concentrado seus estudos nas implicações da teoria darwiniana em epistemologia moral.

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Publicado
2020-06-19
Seção
Artigos