KIERKEGAARD E AS CIÊNCIAS NATURAIS NO SÉCULO XIX
Resumo
O filósofo dinamarquês Søren A. Kierkegaard é frequentemente lido, dentro da própria tradição intérprete, como um crítico das Ciências Naturais (Naturvidenskaben). 1 Neste artigo, pretendo argumentar, ao contrário, que Kierkegaard: (i) foi crítico de uma determinada prática científica do seu tempo epistemicamente frágil e dos cientistas naturais que a adotavam construindo uma proposta judiciosa do papel da Ciência na interpretação do mundo; (ii) interessou-se pelas Ciências Naturais, inclusive pelos trabalhos do seu primo, o paleontólogo Peter Wilhelm Lund, e as pesquisas de Hans Christian Ørsted, um expressivo cientista dinamarquês contemporâneo; (iii) ao criticar os pressupostos metodológicos de Carl Gustav Carus, o primeiro psicólogo a fazer referência à existência do inconsciente, Kierkegaard toma partido no vitalismus-materialismusstreit; (v) Por fim, e talvez mais importante, Kierkegaard propôs limites éticos e epistêmicos à Ciência e inspirou os pressupostos da filosofia da ciência de filósofos contemporâneos como Paul Feyerabend.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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