NOTITIA INTUITIVA, NOTITIA ABSTRATIVA E HABITUS NA TEORIA DO CONHECIMENTO DE GUILHERME DE OCKHAM
Resumo
A teoria do conhecimento desenvolvida por Guilherme de Ockham no século XIV traz uma importante distinção entre dois níveis de cognição: conhecimento intuitivo e conhecimento abstrativo. O conhecimento intuitivo ou notitia intuitiva tem uma relação de causalidade com os objetos do mundo extramental: os objetos são a causa do conhecimento intuitivo. Este conhecimento é aquele pelo qual pode-se afirmar que algo existe ou não existe; ele desempenha um papel central na epistemologia ockhamiana porque é destacado como a base de todo o conhecimento. O conhecimento abstrativo ou notitia abstrativa, por sua vez, diz respeito ao conhecimento inteligível dos objetos sensíveis que prescinde da existência ou não-existência do objeto. Apesar de todo o conhecimento derivar do conhecimento intuitivo, o conhecimento abstrativo não é imediatamente formado a partir da notitia intuitiva. Nesse sentido, nosso objetivo nessa comunicação é mostrar como se dá a passagem do conhecimento intuitivo para o conhecimento abstrativo através da teoria do habitus desenvolvida por Ockham. O pano de fundo dessa discussão é a noção essencial de que as etapas envolvidas no processo cognitivo do Venerabilis Inceptor, isto é, tanto o conhecimento intuitivo quanto o conhecimento abstrativo são atos mentais, de modo que o ato mental neste modelo é não somente o ponto de partida das operações intelectuais como também o produto final: o conceito. Assim, apresentaremos como as noções supracitadas se articulam na teoria cognitiva ockhamista.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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