CARNAP, QUINE E O EMPIRISMO SEM DOGMAS
Resumo
Neste artigo, analisamos a contenda entre Rudolf Carnap e Willard van Orman Quine em torno do empirismo, tendo como foco a discussão acerca dos chamados dois dogmas do empirismo. Especificamente, Carnap e Quine são dois dos principais nomes da Filosofia da Ciência no século XX e, embora tenham sido amigos próximos, Quine foi um dos maiores críticos de Carnap. Nesta empreita, Quine atribuiu à obra carnapiana dois dogmas, a saber, os chamados dogmas da distinção analítico-sintético e do reducionismo. Esta imagem dogmática da obra de Carnap, não obstante, perpetuou-se de modo a constituir um retrato padrão da obra carnapiana dentro da Filosofia da Ciência. Contrários a esta interpretação de Quine, neste artigo, defendemos que o empirismo de Carnap não é dogmático, sendo alheio aos dogmas referidos por Quine. Consequentemente, argumentamos que, longe de discordarem no que tange a aspectos centrais do empirismo, Carnap e Quine estão de acordo em pontos decisivos acerca da concepção empirista da Ciência. De tal forma que, a principal divergência se encontra, não no empirismo, mas em suas respectivas propostas para a própria Filosofia da Ciência.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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