A ESTRATÉGIA ECONÔMICA DE NIETZSCHE EM BM §36: UMA ALTERNATIVA À UNIFICAÇÃO EMPIRIOCRÍTICA DE AVENARIUS E MACH E AO PARALELISMO DE WUNDT
Resumo
O artigo pretende examinar um aspecto ainda pouco explorado no parágrafo 36 de Além do bem e do mal (BM), a saber: a função e o alcance do princípio da economia para a apresentação da hipótese da vontade de poder. A pertinência do princípio se estabelece, ao menos, a partir de Ockham e Newton, que prescrevem a simplicidade como critério para a decisão entre teorias ou explicações concorrentes. O foco aqui, no entanto, será a adesão efetivada por Richard Avenarius e Ernst Mach, que conduzem o princípio da economia ao centro metodológico de seus empreendimentos filosóficos e são relevantes fontes para o uso que Nietzsche faz do princípio em BM §36. Avalia-se, por fim, que Nietzsche promove a redução econômica e estratégica ao confronto de forças (ou vontades) como alternativa à redução empiriocrítica, restrita a uma compreensão físico-mecânica do mundo, de Avenarius e Mach. Pondera-se também, como contraexemplo do princípio da economia, o paralelismo psicofísico de Wundt. Em suas considerações finais, o artigo indica, como perspectiva para futuros trabalhos, algumas vantagens da abordagem da vontade de poder a partir do princípio em questão, em especial, uma renovada direção para o exame do problema da circularidade e autorreferência.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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