O UNIVERSALISMO DE SUELI CARNEIRO
Resumo
Este artigo pretende refletir a respeito do universalismo de Sueli Carneiro, que, na minha interpretação, se estabelece por oposição ao universalismo excludente e “substitucionalista” que encontramos em diversas filosofias ocidentais. Carneiro é universalista na medida em que almeja a efetivação da liberdade e da igualdade para todos e na medida em que se revela defensora inconteste dos direitos humanos. Mas há ainda outra dimensão do universalismo carneriano, desenvolvida em Dispositivo de racialidade: a construção do outro como não ser como fundamento do ser, e que se baseia na distinção heidegeriana entre o ôntico e o ontológico para defender que a redução ao particular aprisiona o indivíduo, ao passo que “é a ideia de universalidade que emancipa o indivíduo e permite-lhe expressar a sua especificidade”. A tese segundo a qual o universal é emancipador é valiosa num momento, como o nosso, em que as teorias universalistas estão sob o escrutínio da crítica por diversos ângulos e perspectivas. Carneiro inverte o sentido da oposição entre o particular e o universal, comumente presente nas críticas anti-universalistas ao universalismo excludente, ao tornar excludente o particular e emancipador o universal.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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