MULHERES NEGRAS, MOVIMENTOS FEMINISTAS NEGROS E A PANDEMIA DE COVID-19
Resumo
A pandemia de Covid-19 explicitou as desigualdades de gênero, raça e classe presentes em nossa sociedade. Grupos histórica e socialmente subalternizados, como os das pessoas negras e das mulheres, sentiram os efeitos pandêmicos de forma intensa. O que se traduziu em maior vulnerabilidade à doença e a situações de violências diversas. No que se refere às mulheres negras, interseccionadas pelas opressões de gênero, raça e classe, os efeitos foram ainda mais danosos. O presente artigo visa à análise da peculiaridade da situação das mulheres negras em sociedades machistas, sexistas e racistas e de como a pandemia de Covid19 incidiu sobre esse grupo de mulheres. Para tanto, pretende-se, num primeiro momento, compreender a peculiaridade da situação das mulheres negras em sociedades racistas, machistas e sexistas. Para isso, serão situados brevemente os debates sobre gênero e raça e, em seguida, será utilizado o repertório conceitual dos movimentos feministas negros. Num outro momento, a partir da “localização conceitual” das mulheres negras no contexto social, serão apresentados dados do Brasil que elucidam a intensidade das violências sofridas por esse grupo de mulheres. Da análise de tais dados, se refletirá a respeito da violência contra as mulheres negras na pandemia de Covid-19, considerando-se o peso da intersecção das opressões de gênero, raça e classe sobre tais mulheres e a importância dos movimentos feministas negros para uma tentativa de modificação de estruturas sociais opressoras.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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