A PERSONALIDADE ORGÂNICA: O MATERIALISMO PÓS-FENOMENOLÓGICO DE CATHERINE MALABOU
Resumo
Neste artigo, trato de algumas das especificidades da neurofilosofia de Catherine Malabou. Parto da sua caracterização do conceito de plasticidade como crítica ao modo como as posições de orientação naturalista tendem a definir o “neuronal” como um termo objetivo. Em seguida, considero que, apesar de sua crítica à posição antirreducionista fenomenológica, o seu próprio modelo de materialismo é pós-fenomenológico por assimilar alguns aspectos da fenomenologia clássica, mas acrescentando novos elementos conceituais que a distanciam dos materialismos que compõem a filosofia analítica da mente. Ao assimilar alguns pressupostos materialistas, como a análise do cérebro e das sinapses neuronais; e fenomenológicos, no que se refere à constituição experiencial da fisiologia do cérebro, Malabou utiliza a noção de personalidade orgânica ou de proto-self. O significado desses termos implica mais do que a referência conceitual às ciências cognitivas, pois que é preciso compreender a neurofilosofia de Malabou também sob à luz da historicidade do cérebro, em um sentido não-teleológico.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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