Anarquismo ético e décadence fisiológica: sobre a influência de Tolstói na avaliação nietzschiana de Jesus em O Anticristo

Resumo

Partiremos da avaliação do tipo Jesus feita por Nietzsche em O Anticristo para averiguar em que medida o ethos anárquico do Cristo se apresenta como um sintoma do seu anarquismo fisiológico, o que significa dizer da sua décadence. Tendo como base a fisio-psicologia nietzschiana, propomos a hipótese de que Jesus Cristo e Paulo de Tarso constituem duas formas de vida antagônicas  a partir das quais derivaram modos de vida também antagônicos: o modo de vida crístico, votado à prática evangélica, e o modo de vida paulino, votado à fé na imortalidade da alma. Pretendemos demonstrar que tal avaliação do tipo “santo anarquista", termo com o qual o filósofo alemão designou Jesus, é tributária da interpretação dos Evangelhos feita por Tolstói em seus escritos da segunda fase, de modo particular, no ensaio Minha Religião. 

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Biografia do Autor

Alexander Gonçalves, Universidade Estadual do Norte do Paraná
Graduado em filosofia pela UEM - Universidade Estadual de Maringá - PR, com especialização na área de educação. É mestre pelo programa de pós graduação em filosofia da UNIOESTE - Universidade do Oeste do Paraná. É doutor pelo programa de pós-graduação em filosofia da USP - Uiniversidade de São Paulo onde, sob a orientação da Dra. Scarlett Z. Marton, defendeu a tese "Estilo e formação na filosofia do jovem NIetzsche". É membro do GEN - Grupo de Estudos Nietzsche da UNIOESTE-PR. É membro do GEPFES - Grupo de Estudos em Filosofia, Educação e Sociedade da UENP. Atualmente é professor do curso de filosofia da UENP - Universidade Estadual do Norte do Paraná, campus de Jacarezinho - PR, cadeira de ética. É chefe de divisão de cultura desta mesma instituição.
Publicado
2025-03-06
Seção
Artigos