A DESMUNDANIZAÇÃO COMO PROJETO TOTALITÁRIO DE SOLIDÃO ORGANIZADA

Resumo

A investigação de Hannah Arendt (1906-1975) sobre as origens do Totalitarismo permanece atual, sobretudo para digressões sobre os recentes acontecimentos políticos no continente americano. Sua análise dos movimentos e dos Regimes Totalitários, do Nazismo e do Stalinismo, aponta para a compreensão dos campos de concentração como experiências de “domínio total” do humano, enquanto condição cientificamente controlada que tentou tornar possível a eliminação da espontaneidade, mas também, enquanto modelo social perfeito para o domínio em geral. Sua elaboração possibilita refletir sobre a permanência e o reaparecimento do totalitarismo enquanto resposta ilegítima a problemas de nossa época, da sua ideologia e assunção ao governo por meio da propaganda e do terror na manutenção do isolamento dos indivíduos e na organização de sua solidão. A ideologia, a mentira na política, as notícias falsas, que caracterizam hodiernos “tempos sombrios”, contextualizam a atualidade da reflexão de Arendt, com as devidas ressalvas históricas. Este estudo propõe uma digressão para pensar a Sociedade Brasileira e o ofuscamento do seu âmbito público a partir da perspectiva da liberdade, refletindo assim sobre a desmundanização e sobre a solidão organizada como novos desafios aos leitores de Arendt frente aos novos espaços-entre de separação e de relacionamento dos seres humanos no mundo, também de tecnologias inovadoras e de automação. 

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Biografia do Autor

Giovane Rodrigues Jardim, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, campus Erechim
Bacharel e Licenciado em Filosofia - UFPEL Especialista em Mídias na Educação - UFPEL Mestre em Ética e Filosofia Política - UFPEL  
Dra. Renata Ovenhausen Albernaz, UFRGS
É doutora em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestre em Direito pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e graduada em Direito e em Administração. Atua, como Professora Associada, nos cursos de graduação em Administração Pública e Social e em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e também nos cursos de Mestrado e Doutorado em Memória Social e Patrimônio Cultural, junto à Universidade Federal de Pelotas (PPGMP/UFPel). Sua linha de pesquisa envolve os temas do Pluralismo Jurídico, Interculturalidade, Gestão Pública e Patrimônio Cultural.
Publicado
2024-05-02