UM NOVO STATUS ONTOLÓGICO DA RESPONSABILIDADE
UMA RELEITURA DO ANIMAL A PARTIR DA BIOLOGIA FILOSÓFICA DE HANS JONAS
Resumo
O presente artigo tem como objetivo mostrar o novo status ontológico e fenomenológico da
responsabilidade a partir de uma releitura do animal na obra de Hans Jonas. Neste trabalho,
sustentamos que a responsabilidade deve ser entendida como um degrau presente na escala do
fenômeno vida. Por ser uma escala que acumula, conserva e compartilha as características de outros
seres, nos parece possível afirmar que a responsabilidade, mesmo que em estado latente, deve estar
germinalmente prefigurada em outros seres vivos. Nosso problema de pesquisa coloca o seguinte
questionamento: se a responsabilidade está contida na escala de desenvolvimento e aptidões do ser, e
de acordo com os pressupostos jonasianos, seguindo a lógica da biologia aristotélica, de que as
camadas mais baixas são conservadas nas superiores, seria possível pensar numa manifestação da
responsabilidade nos níveis mais baixos de tal escala? A fim de tentar responder nossa problemática e
nosso objetivo, seguiremos o seguinte caminho: num primeiro momento, apresentaremos como a
liberdade é o conceito guia fundamental para interpretarmos o fenômeno vida, veremos que quando
Jonas amplia tal conceito como sendo pertencente a todo ser, o autor provoca uma revolução ontológica
na filosofia, causando uma ferida no antropocentrismo moderno, uma vez que até então, o conceito de
liberdade era restrito a esfera humana; num segundo momento, analisaremos como os conceitos de
movimento, percepção e sensação se tornaram características próprias do reino animal e como estes
separam o mundo vegetal do animal; por fim, num terceiro momento, defenderemos que na própria obra
jonasiana existem certos conceitos que exprimem nossa tese de que a responsabilidade se manifesta de
forma latente e germinal no âmbito animal, principalmente nos conceitos de alteridade e sentimento, que
os animais têm para com seus próximos.
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