DE UM BERGSONISMO SEM DURAÇÃO, SEM MEMÓRIA, SEM ÉLAN
A SOMBRA DO TEMPO EM M. BLANCHOT
Resumo
Na defesa que Maurice Blanchot faz da consistência ontológica da experiência poéticoliterária, surge uma relação filosófica ambígua com bergsonismo. Compreender como o pensamento deHenri Bergson incide em sua teoria é imprescindível para podermos estabelecer a importância deMallarmé na constituição de uma teoria do espeço literário e encontrarmos o devido lugar do devir e daduração nesta teoria da literatura. Em Blanchot podemos verificar algumas linhas de ruptura econtinuidade com o bergsonismo, procedendo sobretudo uma reversão do fluxo temporal no espaçodiferencial da escrita e da própria experiência subjetiva. Não deixamos de notar que Blanchot, ao seguiruma tendência interna de divergência do bergsonismo com ele próprio, recupera um outro lado daexperiência das “ilusões idealistas das representações simbólicas”. Tais ilusões, combatidas porBergson em sua crítica ao conceito e apelo empírico à intuição, formam para Blanchot um substratopositivo-ontológico da linguagem e sobretudo da literatura(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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