NEUROÉTICA, LIVRE ARBÍTRIO E RESPONSABILIDADE MORAL: A NEUROCIÊNCIA NÃO PROVA QUE O LIVRE ARBÍTRIO É UMA ILUSÃO
Resumo
Com o notável avanço da neurociência na última década, especialmente com a realização de experimentos neurocientíficos que tem ajudado a lançar luzes em questões tradicionais da filosofia como altruísmo, generosidade e moralidade, foi também levantada a hipótese de que a neurociência provaria que o livre arbítrio é uma ilusão. Um dos experimentos que corroboraria esta hipótese está amplamente discutido no artigo “Unconscious determinant of free decisions in the human brain” assinado por um grupo de neurocientistas liderados por C. Soon e H. Heinze e publicado na revista Nature em 2008. Nosso objetivo aqui é mostrar: a) que o referido experimento, cujos resultados são descritos no artigo, não pode ser usado como evidencia que o livre arbítrio não existe; e b) levantar algumas outras hipóteses interpretativas para os resultados da pesquisa. Finalmente discutimos o que os estudos recentes de neurociência podem nos ensinar sobre responsabilidade moral.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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