A PAIXÃO POLÍTICA DO MEDO NA CONCEPÇÃO DE HOBBES
Resumo
O medo-paixão-natural transmuda-se em medo-paixão-política quando o artesão humano, por ocasião do pacto fundador do Estado, constrói artificialmente mecanismos jurídicos reguladores (leis punitivas, por exemplo) para maximizar a eficácia e a positividade do medo como fator motivacional disciplinador. A presença do medo possui peculiar plasticidade no que concerne aos vínculos da filosofia natural com a moral e a política hobbesianas. O medo natural de morrer de forma prematura (morte contranatural) em um estado pré político de natureza é o motivo fundamental da confecção de acordos políticos e morais que impulsionam a renúncia aos direitos naturais. O medo político é o medo da espada pública, isto é, o medo das más consequências futuras reservadas ao indivíduo ou cidadão descumpridor de suas obrigações políticas contratuais.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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