MEMÓRIA E CARÁTER: ARISTÓTELES E A HISTÓRIA PESSOAL
Resumo
Para Aristóteles, a memória não consiste somente em conservar os traços do passado e tomá-los novamente por objetos. O tratado Da memória e da reminiscência examina mais geralmente o papel das imagens no exercício do pensamento. Ele descreve o processo de reminiscência ou rememoração, e trata assim da organização voluntária das representações mentais como de seus encaminhamentos involuntários e patológicos. Correlativamente, ele explica em que sentido o homem pode ser agente de suas próprias representações e o princípio de suas associações. Aristóteles aborda, por conseguinte, a propósito da memória, questões fundamentais para a definição dos estados psíquicos, para a teoria do conhecimento, bem como para a concepção do eu ou da identidade pessoal. A análise da memória e da reminiscência conduz assim a uma reavaliação da concepção aristotélica do caráter (hÕqoj), fazendo deste último o substrato e o agente de uma história pessoal que não pode ser abstraída de suas condições psicofísicas.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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