KANT E A ESTRATÉGIA METODOLÓGICA DA CRÍTICA DA RAZÃO PRÁTICA
Resumo
O principal ponto de desacordo sobre o núcleo da proposta da filosofia prática kantiana é se essa proposta é garantida, na Fundamentação da metafísica dos costumes e na Crítica da razão prática, mediante um único argumento composto de dois passos ou mediante dois argumentos distintos. Primando por uma consideração metodológica da argumentação de Kant este trabalho defende a segunda alternativa. Sustenta-se que na segunda Crítica Kant estrutura a sua estratégia metodológica para justificação do uso prático no contexto da descoberta sistemática da auto-suficiência dos domínios teórico e prático da razão. Outrossim, defende-se que essa estratégia é conjecturada mediante a retomada dos resultados sistemáticos não só da Fundamentação, mas também da Dialética e do Cânone da Crítica da razão pura. A originalidade da estratégia metodológica da Crítica da razão prática é, então, considerada em três momentos: (i.) a apresentação de uma “critica” do uso prático que garanta a sua legitimação auto-suficiente; (ii.) a consideração da idéia de liberdade como uma condição sistemática de admissibilidade; (iii.) a designação da “transmutabilidade” da lei moral e da idéia de liberdade como o ponto de partida para a consecução da referida legitimação.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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