PENSAMENTO PÓS-METAFÍSICO, MODERNIDADE E UNIVERSALISMO: OU SOBRE O FIM DA MODERNIDADE COMO PROJETO NORMATIVO UNIVERSALISTA
Resumo
Procuro defender, por meio da reconstrução do núcleo normativo da compreensão habermasiana sobre pensamento pós-metafísico, que objetiva retomar o projeto moderno de fundamentação epistemológico-moral universalista, dando-lhe uma versão contemporânea, que, ao contrário do que propõe Habermas, não é possível sustentar uma forma pósmetafísica de fundamentação epistemológico-moral universalista, posto que isso gera um triplo problema: uma idealização normativa da modernidade europeia enquanto possibilitando, devido à sua cultura descentrada, o universalismo epistemológico-moral; a colocação das estruturas de consciência da cultura europeia moderna, idealizada, como paradigma crítico-ajuizador de todos os contextos histórico-culturais particulares; e a afirmação de que a cultura descentrada da Europa moderna é o ápice de um processo histórico-evolutivo do gênero humano, quando comparada às visões mítico-tradicionais. Defenderei, a partir disso, que a tarefa propositiva por excelência para quem retoma um ideal normativo de modernidade cultural europeia consiste não em sua defesa e prossecução como paradigma epistemológico-moral universalista, mas sim em sua auto-limitação desde dentro, como uma forma de radical crítica à própria modernidade, de modo a refrear sua tendência totalizante e assimilacionista.(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
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