Cartografias da Cidade Fantasma Canudos, 120 Anos da Guerra do Fim do Mundo

Palavras-chave: Cidade, Ante Cidade, Canudos, Belo Monte, Euclides da Cunha, Antônio Conselheiro

Resumo

Neste artigo, discutimos a problemática do urbano versus rural no Brasil em narrativas do ciclo canudiano, partindo do olhar paradoxal de Euclides da Cunha sobre a Guerra de Canudos, em Os Sertões. Demarcamos, após 120 do trágico do conflito, as concepções de cidade moderna e liberal positivista em contraponto com os dispositivos da anti-cidade, conceito aqui articulado para a leitura das imagens de resistências dos vencidos, como aquelas dos ressurgimentos simbólicos do arraial destruído pela guerra, pelo fogo e pelas águas. A cartografia crítica do vilarejo sertanejo denominado pelos conselheiristas de Belo Monte é o contraponto ao modelo violento da polis na atualidade, considerando que o fantasma canudiano ainda assusta no espelho dos enfrentamentos cotidianos nas periferias das cidades contemporâneas brasileiras.

Biografia do Autor

Claudio Cledson Novaes, Universidade Estadual de Feira de Santana
Professor do Departamento de Letras e Artes/DLA-UEFS; Membro do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários/PROGEL; Doutorado em Ciências da Comunicação/ECA-USP; Mestrado em Literatura/UFBA; Pós-Doutorado em Comunicação/ECO-UFRJ. Estuda as representações identitárias a partir dostemas sertão, campo, cidade;  investiga as relações entre literatura e cinema e os diálogos do cinema nacional com as cinematografias francófonas da França, Québec e África.

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Publicado
2017-12-31
Seção
Dossiê Representações das dinâmicas urbanas na literatura e no cinema do Quebec e do Brasil