CAMINHAR, COLHER E TRANSFORMAR CINZAS

Poéticas em paisagens queimadas

  • Ana Lúcia Canetti
  • Nivalda Assunção de Araújo
Palavras-chave: poéticas da paisagem, cinzas vegetais, cerâmica, esmalte de cinzas, caminhada

Resumo

O presente artigo propõe um debate sobre paisagens queimadas em meio aos incêndios florestais e a perda significativa de espécies vegetais a partir de três produções autorais em áreas incendiadas do Cerrado brasileiro. Este artigo visa conectar estes trabalhos artísticos aos estudos de poéticas da paisagem, contribuindo para a formulação de um pensamento enredado de reflexões éticas, estéticas e políticas que desencadeia múltiplos modos de percepção sobre esses biomas em falência como entes do mundo pós-antropoceno. Essa conexão se traduz por uma metodologia da presença, a caminhada como recurso estilístico que viabiliza coleta e inventário dos danos e das cinzas. Deslocamento como signo artístico de um corpo que assume risco para promover uma economia de dispêndio, de gasto poético. A cinza que se transvalora em esmalte (em vidrados) para aplicar em cerâmicas, uma consumação catastrófica, o incêndio, em giro de transformação.
Publicado
2024-06-06
Como Citar
CANETTI, A. L.; ASSUNÇÃO DE ARAÚJO, N. CAMINHAR, COLHER E TRANSFORMAR CINZAS: Poéticas em paisagens queimadas. PIXO - Revista de Arquitetura, Cidade e Contemporaneidade, v. 8, n. 29, p. 410-425, 6 jun. 2024.