VOZES DA TERRA

Arquitetura Ancestral Negra como Memória, Corpo e Território

  • Ana Carolina Belém Lemos Dias
Palavras-chave: arquitetura ancestral, cultura negra, memória coletiva, resistência cultural, territórios urbanos

Resumo

A presença e resistência da arquitetura ancestral negra no Brasil manifestam-se nos modos de habitar, construir e viver, especialmente nas periferias urbanas e comunidades tradicionais. Práticas como o uso do tijolo aparente, símbolos como o Sankofa em ornamentos de ferro e o cultivo de plantas medicinais preservam uma memória coletiva que atravessa gerações, configurando territórios negros como espaços de cuidado e pertencimento. Esses saberes, muitas vezes invisibilizados, revelam-se na autoconstrução, nos rituais comunitários e nas festas populares, transformando o espaço urbano em território de resistência cultural. Tais modos de vida dialogam com autores contemporâneos e com fundamentos espirituais e técnicos das civilizações africanas. Ao valorizar o passado, reatam vínculos com o presente e apontam caminhos futuros mais sensíveis e inclusivos. O texto propõe uma leitura poética e política da cidade como espaço sagrado, onde a cultura negra se afirma como força de reencantamento, identidade e justiça social.

Publicado
2025-12-28
Como Citar
BELÉM LEMOS DIAS, A. C. VOZES DA TERRA: Arquitetura Ancestral Negra como Memória, Corpo e Território. PIXO - Revista de Arquitetura, Cidade e Contemporaneidade, v. 9, n. 35, p. 116-127, 28 dez. 2025.