RENDA, PESCA E PAISAGEM

Por uma ecopolítica dos saberes das águas nas margens da Laguna Mundaú

  • Flávia de Sousa Araújo
  • Manoel Ageu da Silva Neto
  • Luana da Silva Lacerda dos Santos
  • Liriel Gonçalves da Conceição Lira
  • Laysa Vitória Conceição de Souza
  • Lana Kauane Gomes Graciliano
Palavras-chave: saberes das águas, justiça territorial, ecologia decolonial, corpo-território, urbanidade contra-hegemônica

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão sobre as ecopolíticas das águas no Pontal da Barra em Maceió, Alagoas, território tradicional marcado pelas práticas e artesanias da pesca e da renda filé, ambas ameaçadas pela indústria petroquímica, principalmente após o recente crime ambiental ocorrido na capital alagoana. A partir da leitura da paisagem e escuta de narrativas locais, fruto de atividades acadêmicas da formação em arquitetura e urbanismo, se articula narrativas de memória e resistência do bairro, situado entre o Oceano Atlântico e a Laguna Mundaú. Conforme os saberes ancestrais, tecnologias de resistência dos habitantes locais, mais do que compreender a paisagem, trata-se de regenerar as relações entre humanos, águas e demais elementos dos ecossistemas coexistentes no território, questionando a urbanidade hegemônica e elucidando modos outros de habitar. Ancorado na decolonialidade, se vislumbra imaginar futuros lagunares em que a cidade escute as águas e reconheça a dignidade dos modos de vida tradicionais.

Publicado
2025-12-28
Como Citar
DE SOUSA ARAÚJO, F.; AGEU DA SILVA NETO, M.; DA SILVA LACERDA DOS SANTOS, L.; GONÇALVES DA CONCEIÇÃO LIRA, L.; CONCEIÇÃO DE SOUZA , L. V.; GOMES GRACILIANO, L. K. RENDA, PESCA E PAISAGEM: Por uma ecopolítica dos saberes das águas nas margens da Laguna Mundaú. PIXO - Revista de Arquitetura, Cidade e Contemporaneidade, v. 9, n. 35, p. 318-337, 28 dez. 2025.