CAMINHOGRAFIA E TERRITORIALIDADES ANCESTRAIS

Multiplicidade às margens do Canal São Gonçalo, Pelotas/RS, Brasil

  • Eduardo Rocha
  • Taís Beltrame dos Santos
  • Luana Pavan Detoni
  • Otávio Gigante Viana
  • Eduardo da Silva e Silva
  • Gabriela Droppa Trentin
Palavras-chave: caminhografia urbana, caminhar, cartografar, transcriar, narrar

Resumo

O artigo discute a caminhografia urbana como método sensível de leitura territorial a partir das margens do Canal São Gonçalo, em Pelotas/RS. Ao articular corpo, deslocamento e escuta, a caminhografia ativa camadas de memória, afeto e percepção que emergem dos modos de vida ribeirinhos e das práticas ancestrais do povo das águas. As caminhadas realizadas entre junho e julho de 2024 revelam territorialidades invisibilizadas pelas políticas urbanas e atualizam processos de violência colonial que historicamente marginalizaram arquiteturas tradicionais. Dialogando com autores como Krenak e Bispo dos Santos, o texto reconhece rios, igarapés e margens como territórios de existência e de saber, onde o manejo da água implica manejo da vida. Argumenta-se que a caminhografia opera como dispositivo de visibilização desses saberes, contribuindo para uma abordagem decolonial no campo da arquitetura e do urbanismo.

Publicado
2025-12-29
Como Citar
ROCHA, E.; BELTRAME DOS SANTOS, T.; PAVAN DETONI, L.; GIGANTE VIANA, O.; DA SILVA E SILVA, E.; DROPPA TRENTIN, G. CAMINHOGRAFIA E TERRITORIALIDADES ANCESTRAIS: Multiplicidade às margens do Canal São Gonçalo, Pelotas/RS, Brasil. PIXO - Revista de Arquitetura, Cidade e Contemporaneidade, v. 9, n. 35, p. 412-425, 29 dez. 2025.