A DEFINIÇÃO DE SANTO MORAL EM SUSAN WOLF COMO CATEGORIA DE ANÁLISE DA OBRA FRANKENSTEIN (OU O PROMETEU MODERNO) DE MARY SHELLEY

  • Dirceu Arno Krüger Junior Universidade Federal de Pelotas; Doutorado Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFPel
Palavras-chave: Santo Moral, Susan Wolf (1952), Frankenstein (Ou o Prometeu Moderno), Mary Shelley (1797-1851)

Resumo

Este trabalho tem por pretensão articular a proposta teórica do artigo Moral Saints, publicado pela filósofa estadunidense Susan Wolf (1952), em 1982, como uma possível categoria de análise da obra clássica Frankenstein (Ou o Prometeu Moderno), publicada em 1818, da escritora inglesa Mary Shelley (1797-1851). Baseado nas distinções estabelecidas por Wolf acerca dos conceitos de “Santo Amoroso” e “Santo Racional”, se investigará a figura da “criatura” criada por Shelley em sua obra Frankenstein: como um modelo que poderia vir a ser examinado a partir destas duas vertentes do santo moral (o Amoroso e o Racional). O Santo Amoroso, com sua benevolência ilimitada e auto-alienação exercida sobre a realidade, contrapondo-se ao Santo Racional, delegado por adversidades que lhe são externas e que coordenam parte de suas ações, a criatura de Mary Shelley possivelmente integraria estes dois ordenamentos, como uma espécie de materialização da proposta segmentada por Wolf. Diante da feição inumana, e consequentemente monstruosa da criatura de Frankenstein, erige-se o questionamento sobre a viabilidade de sua santidade, de sua moralidade e a inescapável condenação por seus atos criminosos. Criticamente, a criatura de Shelley poderia ser considerada um protótipo de santo moral? 
Publicado
2020-01-17