COMER NA MESMA PANELA: agência das mulheres indígenas na sociopolítica Tupinambá

  • Cinthia Creatini da Rocha Universidade Federal de Santa Catarina
Palavras-chave: gênero, Tupinambá, mulheres indígenas, comensalidade.

Resumo

Não é de hoje que os temas da comensalidade e convivialidade têm ampliado as perspectivas teóricas da Antropologia, especialmente na Etnologia das terras baixas. Neste sentido, a centralidade da comensalidade como ação de cuidado e afeto amplia-se a ponto de incluir as próprias relações que dizem respeito aos contextos da política ameríndia. No caso específico dos Tupinambá de Olivença (Ilhéus, Bahia), como as relações políticas são feitas no dia-a-dia das aldeias e aproximam pessoas e famílias, caciques e lideranças que por vezes podem ou não se afirmarem como parentes, a ênfase posta na necessidade de “se comer na mesma panela” trata tanto das relações de parentesco em si quanto daquelas propriamente políticas. A partir da observação dos contextos das retomadas e aldeias discorre-se sobre os modos como as mulheres indígenas atuam na construção e preparo dos corpos individual e social (através da alimentação, dos partos, benzeduras e rezas), bem como sua importância em relação à historicidade e à territorialidade dos Tupinambá.

Biografia do Autor

Cinthia Creatini da Rocha, Universidade Federal de Santa Catarina
Pós-doutoranda PPGAS/UFSC
Publicado
2018-12-24
Seção
Dossiê: Casa, corporalidade e gênero em contextos camponeses e de povos tradicionais