CAMINHANDO PELO MUNDO: pessoa, casa e memória entre os Pankararu

  • Arianne Rayis Lovo Unicamp
Palavras-chave: noção de pessoa, memória, mobilidade, Pankararu.

Resumo

Esse trabalho busca analisar a noção de pessoa, casa e memória entre os Pankararu que habitam a aldeia Brejo dos Padres, em Pernambuco, e a favela do Real Parque, em São Paulo. A casa pankararu é compreendida como um lugar “sagrado” onde se realizam homenagens aos mortos, sendo também o local no qual as práticas de cura acontecem, como no “salão de trabalho”. Ela apresenta uma diferenciação espacial e sexual, evidenciando práticas distintas entre homens e mulheres, nos lugares como cozinha, quintal, terreiros e porós. O corpo apresenta uma relação de analogia com a casa, devendo estar sempre “fechado”, sob o risco de sofrer ameaças e feitiços de entidades malignas. Nesse sentido, a dicotomia “corpo fechado” e “corpo aberto” evidencia mecanismos de resguardos e moralidade do grupo, onde o desvio ou não de condutas moralmente estabelecidas, bem como a realização dos resguardos alimentares e sexuais, são fundamentais para a manutenção da saúde da pessoa.

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Publicado
2018-12-24
Seção
Dossiê: Casa, corporalidade e gênero em contextos camponeses e de povos tradicionais