Desengano da vista é ver, escrita etnográfica em Cachoeira

Palavras-chave: Cachoeira-BA, escrita etnográfica, espiritualidade afro-brasileira, produção de conhecimento antropológico

Resumo

Por meio de dois contos etnográficos, este artigo busca refletir sobre escrita na produção de conhecimento antropológico a partir da ideia de contaminação pelo campo. Esta experimentação levanta, assim, algumas questões: como o trabalho de campo pode contaminar o próprio texto etnográfico? Como imprimir na escrita a vida em campo? Contaminar, aqui, refere-se ao esforço de escrever com o ritmo de fala, os cheiros, o cotidiano e o que marca corporalmente a espiritualidade de uma cidade como Cachoeira no Recôncavo Baiano, cuja população é majoritariamente negra.

Biografia do Autor

Maíra Cavalcanti Vale, imuê - instituto mulheres e economia
Maíra Vale é doutora em antropologia social pela Unicamp. Trabalha com escrita antropológica, questões raciais, espiritualidade, colonialismo e mulheres. Realizou pesquisa na região de KwaZulu-Natal, África do Sul, com grupos de mulheres rurais e falantes de Isi-Zulu; e na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, com narrativas de moradoras e moradores da cidade relacionadas à escravidão e espiritualidade afro-brasileira. Faz parte do Comoveras, coletivo feminista de escrita etnográfica experimental; do Malungo - Núcleo de Pesquisa, Estudos e Extensão de Áfricas e suas diásporas; do LA’GRIMA – Laboratório Antropológico de Grafia e Imagem; e do Iterares: Laboratório de Estudos sobre Diferenciação e Interseccionalidade.
Publicado
2019-12-21
Seção
Antropoéticas: outras etnografias