Roda/Camada/Oitiva – o antropólogo como feitor de imagens
Resumo
O presente artigo é uma sobreposição de produções recentes atravessados pela antropologia, imagem e arte. Ao arranjá-los numa sequência pretendo mostrá-las (como num circuito) e no mesmo fluxo discutir as potencialidades da produção artística como forma de reflexão para o antropólogo no “momento etnográfico” da criação e da recepção da produção imagética. As produções são apresentadas sem introdução e ao final as considerações finais encerram as três reflexões de “imaginação etnográfica”. O primeiro trabalho apresentado é a forma da tese de doutorado “A capoeira da roda, da ginga no registro e da mandinga na salvaguarda”, apresentada ao programa de pós-graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo, em 2017. O segundo é a série de colagens “Capoeira em escalas”, quase-colagens que sobrepõem imagens clássicas da capoeira, imagens produzidas por capoeiristas e registros feitos por mim em campo. O terceiro é a série fotográfica “Objetos Chucros”, um ensaio autoetnográfico, que trata das representações sobre açúcar e diabetes. A noção de feitor apresentada no título tem uma dupla acepção: primeiro no sentido de fazer, produzir e criar e o segundo associado as “memórias não-vividas” da Capoeira”, nas quais o “feitor” no período escravocrata era quem executava a violência, o castigo e o sacrifício.Copyright (c) 2019 Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia
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