Ensaiando corpos: a dança contemporânea, o improviso e a indomesticação (co)movente do pensamento
Resumo
No início da década de noventa, Löic Wacquant, sociólogo francês cuja pesquisa era orientada por Pierre Bourdieu, entendeu que as academias de boxe da periferia de Chicago eram um lugar privilegiado, e inexplorado, de pesquisa. Ele passa então a frequentar uma dessas academias, no interior da qual ele vai construir uma etnografia de corpo e alma. Ao invés de se sentar a um canto do gym com caderno em mãos, Wacquant se dedica a aprender boxe, e ao final de três anos de treinamento intensivo, sobe ao ringue de uma das principais competições regionais de Chicago.A pesquisa a que me dedico no mestrado e no doutorado é em muito análoga à de Wacquant. Assim como ele, torno-me, diariamente, um experimentador direto, um aprendiz daquilo que busco pesquisar: a “dança contemporânea” da cidade de São Paulo, sob a perspectiva dos seus processos de criação e das práticas corporais subjacentes a tais processos.Este texto tem por objetivo ensaiar alguns desdobramentos epistemológicos, outros ontológicos, disso, dessa experimentação etnográfica na condição de aprendiz de saberes que levam ao aprendizado de outros corpos. Uma pesquisa que consiste em fazer do próprio corpo um lugar de acesso ao campo. É esse o corpo que acompanha este ensaio, cuja existência se transforma em meio a uma dança que é mergulho total.Copyright (c) 2019 Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia
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