A embalagem brilhante que virou uma borboleta

  • Daniela Feriani
Palavras-chave: Alzheimer, fotografia

Resumo

A primeira vez que vi seu João foi em 2014, numa consulta no ambulatório de neurologia de um hospital universitário. Com olhar atento e sorriso no rosto, sentou-se na cadeira, acompanhado por Paula, a filha mais nova e principal cuidadora. Ela contou que, após a morte da mãe, o pai, muito abalado, começou a apresentar alguns sinais preocupantes: esquecer o fogão aceso, perder-se andando de ônibus, ter “comportamentos estranhos”. “Ele vê, ouve coisas. Ele falava que os operários de uma fábrica, que existiam mesmo e estavam fazendo uma obra perto de casa, queriam matá-lo”.
Publicado
2019-12-21
Seção
Antropoéticas: outras etnografias