Materialidades discriminatórias: racismo concretizado no cotidiano

  • Rafael de Abreu e Souza
Palavras-chave: arqueologia, racismo, privilégio branco, materialidades discriminatórias, desaparecimentos

Resumo

Busco, neste artigo, dar contribuições arqueológicas ao debate sobre o racismo no Brasil, focando na potência de materialidades discriminatórias que atuam no seio estrutural e sistêmico do racismo à brasileira e, portanto, na manutenção de privilégios materiais à branquitude. Materialidades discriminatórias são marcas físicas de opressão que estabelecem normas de exclusão e perpetuam o privilégio branco. São tecnologias culpadas e responsáveis pelo racismo como fim coletivo. Argumento que arqueologias antirracistas devem expor e problematizar discursos materiais que normalizam relações sociais racistas no cotidiano através de corpos, objetos e espaços. Dou sugestões de como a branquitude-arqueológica pode se juntar à luta antirracista da negritude-arqueológica usando seus privilégios e suas posições de poder na prática da disciplina e na construção de suas narrativas e escolha de temas, atentos a lugares de fala, representatividades e falsas empatias.

Biografia do Autor

Rafael de Abreu e Souza
Doutor em Arqueologia pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Doutor em Ambiente e Sociedade pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas.
Publicado
2021-06-29